Quando chegou a notícia da morte da Ana, o Astor Heck começou a cavar. Isso lembro bem. Quando o tal áudio de dezessete segundos foi mandado no grupo, ninguém sabia direito. No início era só a voz de um homem, mas quando se anunciou médico, e ele falava feito médico, todo mundo levou a sério. O tal doutor, se é que era, porque onde já se viu anunciar morte desse jeito, dava o anúncio de falecimento de uma jovem no hospital Santa Cruz. Não dizia a causa, mas naqueles dias todos pareciam saber que só poderia ser coisa do coronavírus. Acho que foi o Schultz quem sugeriu o nome Ana. O Astor tinha uma filha com esse nome e ela trabalhava de enfermeira no hospital, só que o infeliz do Schultz não disse Ana Klock, e poderia ser Ana Heck. Eu nem sabia que o Astor Heck tava no grupo “Barbeiragem Rio dos Bugre”. Ele apareceu não sei de onde e a mensagem dele dizia “Ana Heck?”, e não, não era a Ana do Astor, só que a demora do Schultz em responder me deu nos ...
é escritor. O resto se pode imaginar.